segunda-feira, 19 de abril de 2010

Cárcere da alma

O poder da palavra

A ilusão que nos abraça

O reflexo de nosso eu

A verdade que nos regaça

Agravante solidão

nos plurais de qualquer verbo

sou ovelha e sou leão

individuo errado ou certo

Dessa minha língua

Sou errante em gramática

Me dê alguns números

E lhe escrevo um texto em matemática

Sou nada, por um momento

Sou tudo, ao mesmo tempo

Revelando meus intuitos de loucura

Impulsionado em desejos e fissuras

Sou completo e complicado

Posso dizer que nunca conformado

Meu cárcere é meu corpo

Que por dentro revela-se um louco

Em túnel preso a escuridão

Sou refém!

Em meu limite chego além.

E num horizonte enxergo a luz

De um caminho que me conduz

E sutis rimas que me enobrece

Das lágrimas secas

Minha alma faz-se chorar

Lembranças frias e grotescas

Sou poeta e sou louco

E um espírito bem disposto

A caminhar com esse meu carma

Sendo o corpo cárcere de minha alma

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