Andando de bicicleta, sinto-me livre.
Ainda mais quando estou entorpecido por um verdinho
e algumas cervejas bem geladas,
pra saciar o calor infernal do verão de Sampa.
Encontro-me no mesmo lugar,
onde ainda não sai,
mas há de acontecer!
De ir para bem longe,
no sentido do sem sentido,
no ir e vir, chegar e partir.
Nas pedaladas de bicicleta,
estou sorrindo e cantando
em uma alegria que não tem tamanho
com os braços abertos sem segurar o guidão
como se eu estivesse voando,
descendo uma ladeira qualquer da vila.
São poucos os detalhes,
mesmo porque, me parece tudo abstrato, utópico
sem motivos pra sorrir,
ou o sorriso é na verdade, porque estou aqui
mesmo assim, faz com que eu viaje sem sair do lugar
locomovendo-me pelas duas rodas
a qualquer ambiente que me levar
Alguns quilômetros percorridos,
E cadê qualquer novidade?
Todas as paisagens são as mesmas que sempre vi,
Coisas antigas que ainda não saíram daqui.
Aliás, eu acabo de lembrar
Que também não sai...
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