segunda-feira, 19 de abril de 2010

Paradoxo da viagem

Andando de bicicleta, sinto-me livre.

Ainda mais quando estou entorpecido por um verdinho

e algumas cervejas bem geladas,

pra saciar o calor infernal do verão de Sampa.

Encontro-me no mesmo lugar,

onde ainda não sai,

mas há de acontecer!

De ir para bem longe,

no sentido do sem sentido,

no ir e vir, chegar e partir.

Nas pedaladas de bicicleta,

estou sorrindo e cantando

em uma alegria que não tem tamanho

com os braços abertos sem segurar o guidão

como se eu estivesse voando,

descendo uma ladeira qualquer da vila.

São poucos os detalhes,

mesmo porque, me parece tudo abstrato, utópico

sem motivos pra sorrir,

ou o sorriso é na verdade, porque estou aqui

mesmo assim, faz com que eu viaje sem sair do lugar

locomovendo-me pelas duas rodas

a qualquer ambiente que me levar

Alguns quilômetros percorridos,

E cadê qualquer novidade?

Todas as paisagens são as mesmas que sempre vi,

Coisas antigas que ainda não saíram daqui.

Aliás, eu acabo de lembrar

Que também não sai...

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